De que serve a poesia, se te parti?
Vejo toda a noite como se dia fosse
Desfloro as pétalas da vida, uma a uma
Encarno pelo ventre acima e corro
Atrás de um vento perdido
Parti-me de ti e desejei que fugisses
Agora busco pelo razão tanto faz
Parti, é o que interessa
Não vale o medo ou secretárias
Enferrujadas com teclas que já não servem
Para escreveres poesia mentida
Podes ir
Encarna pelos ventres acima de outros
Ventres empobrecidos e apodrecidos
Esvai-te agora em lágrimas de sangue
E sem sofrimento, que essa é a natureza
Em que foste criada.
Foge. De ti. Porque ninguem te deseja
Senão para te esventrar
E tu, não pouco genuinamente
Finges não entender
De que serve a poesia, se te parti?
Saint Jacques
Daqui, desta Lisboa compassiva, Nápoles por Suíços habitada,onde a tristeza vil, e apagada, se disfarça de gente mais activa; Daqui, deste pregão de voz antiga, deste traquejo feroz de motoreta ou do outro de gente mais selecta que roda a quatro a nalga e a barriga; Daqui, deste azulejo incandescente, da soleira da vida e piaçaba,da sacada suspensa no poente,do ramudo tristôlho que se apaga(...)(O'Neill) Mas levem para o Céu que é só Meu! (Saint Jacques)
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Esperança da Rua
Esperança na Rua
Aqui, quase junto ao Céu
Começa a Rua da Esperança
onde tudo começa e tudo acaba
Vê-se o rio e as ramadas de árvores
Já desamadas pela Primavera
Onde ficam ninhos sedentos de pássaros
Que deixaram de amar
As suas amadas e partiram
Ficaram os ninhos vazios e as suas amadas
Em lágrimas que enchem os rios
Ninhos vazios e lá em baixo
Ficam as moscas e vespas da Rua da Esperança
Onde passam espécie de pessoas
Que vistas de cima parecem bolas
Ou nada, tudo começa e acaba
Como o rio que banha a rua da esperança
Ao largo da rua, aqui junto ao céu
Onde tudo começa e acaba
Aqui, na Rua da Esperança
Junto ao Céu, vejo o rio
E aqui, é só meu. Mesmo com ninhos vazios
E aves partidas e em penas
Aqui a rua é minha e a esperança
É a que chega do céu.
Sain Jacques
11_01_2012
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