segunda-feira, 28 de maio de 2012

Escrever

Eu hei-de escrever toda a poesia
Toda aquela com que faço amor
Nas noites quentes do vento
Calo, dores e partos, gritos

Ai o que amo esta escrita que me maltrata
E me espezinha como se de homem desejado
E não tido se tratasse
Ai o comi te quero escrita minha

Que tantos prazeres orgasmados
Me fazes sentir nas entranhas da minha mente

Acorda agora e corre Já não quero escrever para ti.

Enlouqueci, para a vida e para a morte.

E parti. Vou casar-me. Esta noite secretamente.
E vou despedir-me do que amo
Aquele que tem medo
Até do ar que o rodeia
Teve mãe que o travou na vida
Não teve amor, teve talvez cuidados
Sem cuidados de escrita
Parte de mim oh arte de nada saber.

Nada escrever.
Ai como te perdi.

Maio de 2012-05-28