quinta-feira, 26 de março de 2015

Alma Forra, Poesia negra


Alma Forra, Poesia negra

Corro na estrada, corrida já perdida
Insisto no passado de Verde Equador
Amante rápida, possuída e lânguida
Sai daí alma, dorida, desse verde

Caminho onde as trevas se encontram
No amor já perdido,
Os possuídos filhos que já tens,
Os que sonhaste de Africa tua

Já os perdeste no amado caminho
semeado do mato, negro da cobra
Podes gemer as dores da poesia

Porque de morte, de parto, de prazer,
Nada te resta. Apenas estas palavras.
Amor? o que é isso senão morte e encontro?


Como este na estrada, entre este passado
E o futuro. Porque o presente, Morreu.
Aqui.


domingo, 26 de outubro de 2014

OFF BETWEEN ON

OFF BETWEEN ON

Na vida da tempestade, não se aprende
senão a chuva
o seco vem depois
quando as lágrimas secam
e nasce um sorriso de cinema.

Como Teatro, como atriz?
Não sei, between off between on
Como homem, como mulher?
Não sei, between off between on.

São pedras e rochas magnânimas
que me encheram de poder
e me esvaziaram o saber.

Começo de novo, caminhando
Duas, numa, between off between on
Cavaleira de saber, ora
cavaleira de poder, talvez.

O que se aprende com o Ser
se desaprendo com o homem
O saber está atrás de nós
e a ignorância, sempre,
à nossa frente.

Sou nada, estou aqui.
Começo de novo, a escrever.

between off between on

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Perder em Mistério

Perder em Mistério


O Céu, na divindade do verbo,
Tem a poesia do tempo e do vento
Pões o corpo da mulher
Despida das folhas de árvores
Encriptadas em sonetos que te canto

Sempre que me desencantas em silêncios
Ora perdidos, Ora achados
 
Odisseias
Batalhas
Guerras

És homem, serei mulher
 
Só é tua, minha,
A divindade em que te revejas
Ou eu, me reveja

E aí, senhor Meu, Divino, ou não,
Desenha-me na mudez e nudez do meu corpo

Na virgindade negra encontrada e perdida

Onde me procuras
E não me encontras

Onde te acho
E onde te perco.

 

 

 

ENTRE A ALMA E A POESIA


Entre a Alma e a Poesia

Estado de alma, somos o que somos!
E inspiramos as pedras que nos rodeiam,
As flores do vento e as ervas do mar.
E às vezes, pasme-se leitor de poetas,
Já mortos, até pessoas com cabeça, pernas e braços.

Há quem se pergunte, eu mesma, de onde sai o tal humanoide,
O tal, que adormece com a poesia de mortos poetas,
Postos em des-sábias palavras,
Perdidas em saudades mortas pelo tempo que nunca perdeu,
por nunca o ter tido,
Entre a razão de o não ter, partindo...
e a vontade de o deixar ficar, sorrindo.

VC_Alma e a Poesia_Saint Jacques.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Porcelana em Rosa


Porcelana em Rosa

 

Nos dias não tristes, como o de hoje, em que o Sol brilhe

As nuvens te abracem em busca de calor

Acredites que o vento e a água são dois elementos apenas

E te enroles e gemas de dor

 

Nos dias de luz, em que te sintas um pleno,

Entre o ócio e o sedento caminho

Ou entre os outros elementos, perdidos,

Fogo e Terra, que não são os meus,

 

Desce aos soalhos do mundo, que até pode ser teu Mas não lhe toques!

Deixa-o que te olhe Nessa loucura imensa de Luz

Que te cegou, na escuridão.

 

Em que num dia frio, lindo, passou a nuvem Gelou o ar e seguimos.

Cavaleiro do saber e cavaleira do Poder,

Ou vice-versa ou versa nada Que nada sou eu, em busca de coisa nenhuma.

Que apenas me sacie a Luz e a sede de saber mais.

 

Nos dias tristes e felizes como o de hoje,

Espero Encontrar a sombra da tua imagem

Só a pairar nos sonhos de uma porcelana

Em forma de rosa, que se perde de tão Poderosa,

 

No seu cheiro Que me consome.

 

Rosa_PM

 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Recomeçar... a amizade

Correm pedras na calçada,
Como ventos angustiados Que emergem do chão E largam gotas de chuva... Como se de lágrimas de alento
Recomeça... És Mulher! Sê feliz, sabemos, Há elementos corridos Como água, vento, ar e terra.
Há seres, vivos e mortos...
És mulher, repito, Só é tua, toda a loucura, que com grande lucidez, aceites. Recomeça... Agarra nos elementos Todos. Junta-os. Deixa-os, num só.




18_02_2014

sábado, 4 de janeiro de 2014

Serra Fria


Serra Fria

 

A ribeira que desce da montanha,

Lava as angústias trazidas da cidade para as Serras

Deixai cair então, pedras e nuvens que se casam e entrelaçam

E descem juntas numa tempestade de elementos.

Aqui, no sítio onde o elemento que sou,

Me transforma no que não sou,

Perco-me para me encontrar.

 

Escrever é a arte que não se tem,

Que se perde quando se encontra

E se ganha quando se perde.

 

Não sou daqui, nem sou daí.

Não sou de lugar nenhum.

 

Onde me encontro

É onde a minha alma se liberta, sempre que escreve.