PASSOS PERDIDOS PELO
SINO
O sino tocou e ouvi-o lá ao longe
Num tilintar suave como se de uma coração
Se tratasse. Dois amantes se perderam
Deixaram que as trevas se apoderassem
E os possuísse nos corações numa guerra incessante
De um Júpiter contra o Marte, acredite-se
Os dois se perderam, um ao outro
Num respeito parado
Os corpos que se mutilaram outrora
Em alento incessante
Ficou um deles ora em vígilia
O sonho morreu. Não quero sonhar
Talvez no dia em que torne a adormecer
Talvez para sempre, não sei
Mas adormecer
Quero acordar dentro dessa vigilia sonhada
Nos braços do meu amante.
E daí não sairei nunca mais, como se de uma morte
Se tratasse. Morrer a amar. Não é morrer de amor.
É morrer e mais nada
São os passos perdidos aqui no meu sino
Sininho que tilinta, porque o seu coração
Parou!
Morreu nos passos perdidos do sino parado.
De Santiago
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