o presente da minha vida. Vivo com o adeus na boca e os olhos em lágrimas.
Sempre à espera que te me possas ir.
Sempre à espera que queiras partir,
Como eu aliás.
Nada de novo,
Fujo entre claustros e barracas de tempos
Perdidos
Busco por ti,
Entre pântanos lamacentos
De bocas maldicentes e
Pegas parladoras
Busco por ti,
No leito da minha cama
Onde todos os dias teima
Em aparecer um homem
Em miniatura
Que diz amar-me, sempre
Sempre ao ouvido
Busco por ti,
Pelo teu cheiro de corpo verde
Como as ervas em que sempre
Me enrolo, como se fosses tu
Busco por ti,
Pelas tuas lágrimas que insisto
Em secar e que me escondes
Busco por ti,
Pela pobreza que tens e de que foges
Atrás de alguém
Que te não quer,
Busco por ti,
Não sei há quanto tempo
Mas busco, sempre
E fico aqui.
De braços cruzados e dedilhar letras para mim
Já que sei que nada sei de ti
Saint Jacques
Fevereiro de 2008
Fico o de Eugénio de Andrade, mais rico que o meu miserável e sempre presente
Adeus
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