quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Adeus é sempre

o presente da minha vida. Vivo com o adeus na boca e os olhos em lágrimas.
Sempre à espera que te me possas ir.
Sempre à espera que queiras partir,
Como eu aliás.

Nada de novo,
Fujo entre claustros e barracas de tempos
Perdidos

Busco por ti,
Entre pântanos lamacentos
De bocas maldicentes e
Pegas parladoras

Busco por ti,
No leito da minha cama
Onde todos os dias teima
Em aparecer um homem
Em miniatura
Que diz amar-me, sempre
Sempre ao ouvido

Busco por ti,
Pelo teu cheiro de corpo verde
Como as ervas em que sempre
Me enrolo, como se fosses tu

Busco por ti,
Pelas tuas lágrimas que insisto
Em secar e que me escondes

Busco por ti,
Pela pobreza que tens e de que foges
Atrás de alguém
Que te não quer,

Busco por ti,
Não sei há quanto tempo

Mas busco, sempre
E fico aqui.
De braços cruzados e dedilhar letras para mim
Já que sei que nada sei de ti

Saint Jacques
Fevereiro de 2008

Fico o de Eugénio de Andrade, mais rico que o meu miserável e sempre presente

Adeus

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