Amar é sofrer muito, sempre
Minto-lhe sempre com a verdade
E isso faz-me sangrar a alma
A alma que s’apaga porque escureceu
E que perde pétalas que achava ter
E perdeu.
Corro atrás das gotículas de chuva
Que o Sol seca ardentemente
Corro atrás de ti e de coisa nenhuma
Que é o meu passado, sempre colhido
Neste presente
Corro e não mexo pernas
Gazelas engrossadas pelo escudo da vida
Parada e desamada
Ai o tempo, que me agarrou
E me amarrou ao um baobabe
De terras sequitas de um deserto senegalês
E corpos que se enterram no interior dessas sagradas
Árvores, que recebem defuntos mortos
De islão profundo
Que quase se assemelham a mim,
Ainda viva
Cristã perdida
Ai o tempo, chora pela minha agonia
E ria ria-se sem parar,
Agachava-se ao lado de todos
Os que me prendiam.
E ria-se
Que nem um
Comum escarcéu de ratos esvoaçantes
Com asas e secura
Onde andas agora?
Não devias levar-me para junto desse tronco?
E secar-me ao teu lado?
Clama clama e busca por chama.
Sequei. Morri. Agora floresço em abundante verde.
O morto entrou em mim.
Saint Jacques , Julho de 2008
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