Derivas entre jacas e Voadores
Viajei ontem de um continente
Sai da Terra e segui para Mar.
Descasquei sementes, perversas, pegajosas
Mas que nos regozijam
E enchem de prazer
na Terra encontrei-te a ti
deste-me raízes, folhas, e quase frutos
Em sonhos que antes foram pesadelos
De outros, restam, nada
Para ti foi tudo, até o sonho
Como me contas de pesadelos?
Porque parti para o Mar?
Porque me abandonaste em Terra
Se eu não tenhas patas nem cola
que me ligue a essa imponente
árvore, onde, nem sempre quiseste chegar?
E agora; estou à deriva, em ondas destruidoras
Preciso que me afogues
Preciso que me salves
Traz-me para Terra, toma conta de mim
Faz-me fruto meu, transformado em Ti
Dá-me o renascer de um momento único
os que voámos juntos
Os demónios que nos possuíram
São aqueles que sempre nos fustigam
Que nos sempre afastam
E onde fica a nossa vontade?
E onde ficam as minhas asas de voador
e as tuas colas de Jaca?
Sê meu, meu amor.
Nada mais te peço
Parte para junto de mim
Traz-me para Terra, mas traz.
Dá-me um trinta e um nove
Em data e verdade
Dá-me a alma que sabemos querer
Ultrapassa os teus pesadelos
Sonha, acredita e cola às tuas raízes
As escamas da minha amargura
De modo a que sejamos uma
alma, à deriva, em felicidade.
Deriva
Saint jacques
7 de Setembro de 2009
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