ASAS PARA TI E SEM TEMPO
Decidi abrir-me a mim e às minhas asas
Que se escondiam
Atrás de um passado perdido
Pelo tempo
De tão abertas que ficaram,
As plumas esbranquiçadas
Feriram-me partes de um corpo
Amedrontado e sempre
Talvez, quase, sempre
Desejado
Corri corri corri para ensaiar
Comecei a senti-las sem forças
E depois foram arrastando
Pedrinhas sem dimensão
Nenhuma, depois maiores, depois enormes
E consegui, mostrar-tas,
Imponentes, de um brilho
Inacreditável – eu própria – não queria acreditar
Tratava-se de um acontecimento,
Ter perdido as asas.
Mas conseguir reavê-las,
Foi uma Obra divina
De Deus, desse Deus, que é só meu
Que me protege sempre,
Mesmo quando me sinto insegura,
Sobre se Ele existe ou não,
Se Ele ajuda quem por Ele
Clama,
Sem chamar
Clamar e Chamar
Não sempre a mesma coisa.
Podem ser tudo ou nada.
Depende do amor que tenha nos olhos
E eu nunca tenho Amor.
Sou sempre incompleta e im-pre-feita,
Mesmo quando, a voar, como os Anjos,
Vejo o Sofrimento de la de cima
De crianças a morrer
De velhos a sofrer
De mulheres a gemer
De jovens a fugir
E homens?? Eu nunca os vejo
Tenho medo.
Mas eu não sou nada, nem Anjo, nem coisa nenhuma.
Eu sou eu. E se fosse Anjo, não era eu.
Nem podia contar-te esta história.
Que é uma história sobre coisa nenhuma,
Mas que é tua, é minha,
Bem, é de quem quiser.
O melhor é querer, qualquer coisa
Boa ou má tanto faz, desde que com asas
Para ter Mundo
Para ter dimensão
Para poder amar.
Sempre ou Nunca.
Tanto faz…
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