segunda-feira, 1 de outubro de 2012

PASSOS PERDIDOS PELO SINO


PASSOS PERDIDOS PELO SINO

 

O sino tocou e ouvi-o lá ao longe

Num tilintar suave como se de uma coração

Se tratasse. Dois amantes se perderam

Deixaram que as trevas se apoderassem

E os possuísse nos corações numa guerra incessante

De um Júpiter contra o Marte, acredite-se

 

Os dois se perderam, um ao outro

Num respeito parado

Os corpos que se mutilaram outrora

Em alento incessante

Ficou um deles ora em vígilia

 

O sonho morreu. Não quero sonhar

Talvez no dia em que torne a adormecer

Talvez para sempre, não sei

Mas adormecer

Quero acordar dentro dessa vigilia sonhada

Nos braços do meu amante.

 

E daí não sairei nunca mais, como se de uma morte

Se tratasse. Morrer a amar. Não é morrer de amor.

 

É morrer e mais nada

São os passos perdidos aqui no meu sino

Sininho que tilinta, porque o seu coração

 

Parou!

Morreu nos passos perdidos do sino parado.

 

De Santiago

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