terça-feira, 15 de março de 2011

Amar, com jacas e cerejas. Amar Amar

Amar, com jacas e cerejas,
Amar, sempre, amar

Voar e desejar o corpo, os corpos,
Voar e desejar, sempre

Desce, caminha, pensa
Decide, opta e vagueia

Amar, com jacas e cerejas,
Amar, sempre, amar

Quis que o meu vento te me levasse
Sem que me tocasses e dando-te um peso
Peso amargo, sem o doce
De cerejas que desejas
Ou de jacas cheirosas e não petrificadas
Ou apodrecidas.

Amar, com jacas e cerejas,
Amar, sempre, amar

Pus-te na memória da minha vida,
Sem pecado e deixei que entrasses
Sem bater à porta,
Ficaste e eu partia, de quando em vez,
Atrás de misericórdias
Atrás de penitências

Amar, com jacas e cerejas,
Amar, sempre, amar

Ora entravas, ora eu saía
Ora entrava, ora saías.

Fomos fugindo e caminhando

Amar, com jacas e cerejas,
Amar, sempre, amar

Sem palavras e com poesia
Com prosa e lágrimas e agonia
Às vezes
Sem nada
Às vezes
Com tudo.

Amar, com jacas e cerejas,
Amar, sempre, amar

Parei. Chorei. Senti o aroma maduro
Parei, gritei. Senti o odor, putrificado

Amar, com jacas e cerejas,
Amar, sempre, amar

Fui assim. Sou esta devir. Entre nada e coisa nenhuma
Sou assim. Entre mim e ti, entre ti e mim.
O que sou afinal?
Amar, com jacas e cerejas,
Amar, sempre, amar

Parar. E cheirar. Sentes?

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