terça-feira, 15 de março de 2011

Eu própria. Jaca. Peixe. Mar. salgada. Mas eu.

Eu própria. Jaca. Peixe. Mar. salgada. Mas eu.


Aprendi contigo, amada.
Não digas nunca o que sentes. Ama, como eu, e silencia. para saborear

Aprendi com a tua beleza,
a beleza é a alma de uma gente qualquer, do povo, da nobreza, da burguesia, tanto faz. Mas gente. Bela, é certo, só porque te quer e ao mundo que ora te rodeia e rodeará.

com a macia beleza de tuas mãos,
As mãos e os olhos são os nossos espelhos. MA CIAS E AS PERAS. são as minhas. as tuas. e as mãos de todos. que nos espelham quão belos somos e melhores podemos ser.

teus longos dedos de pétalas de prata,
são longos em amor, e perecem, curtos como as pétalas que expulso do meu coração. Apenas para te acariciarem no rosto onde expões o teu sofrimento...

a ternura oceânica do teu olhar,
olho oceanicamente com os meus olhos, que te querem tanto bem, que as palavras seriam sempre mui insuficientes para serem ditas. Por isso, expulsam ternura que mais não é que vontade de ver-te amar a vida e tudo quanto possas desejar.

verde de todas as cores
verde é a alma pura, desposada de bondade e despojada de maldade. Não sei se sou do bem ou do mal, procuro fazer tudo com amor e todo o coração, deitando pétalas de peixe jaca pr'asalmas que buscam cores para uma vida, negra ou branca, tanto me faz, desencontrada.

e sem nenhum horizonte;
horizonte é o que te quero deixar, com tantas palavras. não que me pegues. Não, isso não. deixa-me ir. nunca te faria feliz dessa amargura. a minha luz apenas serve a alma de oceânica alegria, que te quero oferecer. para isso, é preciso que ma queiras receber.

com tua pele fresca e enluarada,
eu sou a lua, mudo de forma. eu sou pele, tenho diefrentes camadas. eu sou fresca, sou fria e gelado como as correntes oceânicas em que vivo. eu sou tu. eu sou eu. eu sou o que quiseres que eu seja, desde que seja eu.

a tua infância permanente,
ponho amor e jovialidade e criancice e ingenuidade em tudo o que queiras que faça. que te faça. serei humilde. que mais não é que a vontade de te me ver sorrir. sempre e nunca. nunca e sempre. que tu queiras e me queiras. a sorrir.

tua sabedoria fabulária
sou a contadoura de histórias e inventadeira de palavras. tristalegrias e aletristezas. invento com a alma e ofereço com coração. largo-te pétalas. cheiros. aromas. amor. bondade. e toda a maldade que queiras receber. às vezes, sem querer, sou humana.

brilhando distraída no teu rosto.
escondo-me na cara que tenho e de que quero fugir. não quero que me gostes por sorrir nem me queiras por chorar. por isso exaro o brilho e espelho o reflexo de uma que não sou, misturada numa que serei ou não. aprende a descobrir.

Grandes coisas simples aprendi contigo,
apenas te dei humildade. não sei nada, se não que as pedras são pedras, que o mar é mar, que a terra é terra, que o ar é ar e que o fogo é fogo. isso são elementos. e que mais seria necessário saber?

com o teu parentesco com os mitos mais terrestres,
sou guardadoura de rebanhos que se escondem debaixo de copas gigantes de jacas. que mais mito existirá na vida para além desta metafísica?

com as espigas douradas no vento,
espiga serei para ti. arranca os picos. sopra-os para as correntes do Bórias e deixa-os ir. brilhando doiradamente. para sempre. lado. caminhando no ar, como dois cavaleiros. o do poder e o do saber.

Eu própria. Jaca. Peixe. Mar. salgada. Mas eu.

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