terça-feira, 15 de março de 2011

Diário de luz, de noite e dia

Diário de luz, de noite e dia

Entre a noite e o dia
Com luz e sem ela, por vezes,
Criaste descendência
Criaste aprumos de vida

Seguiste veredas de rosas e seus espinhos
Seguiste mares navegados com rochas
Seguiste desertos de areias e serpentes

Onde chegaste com a descendência
Aos cumes do Céu?
Aos cumes do Amor e da Solidão?
Ou aos cumes do desamor e companhia?

Seguimos veredas de pétalas, com espinhos
Verdejantes caminhos de silvas
Areias movediças de desertos em floresta negra

De onde venho, entre a Luz
E sem noite. Nessa terra sábia,
Onde a luz termina nascem as estrelas
Num céu negro como o meu coração

Já contei que a vida é feita de peles e coração
O meu é negro

Entre a noite e o dia
Com luz e sem ela, por vezes,
Criaste descendência
Criaste aprumos de vida

Daqui desta terra de Monte Brasil ao fundo
Onde o fundo do mar é negro de rocha
Como o meu coração, nasço
Para uma outra vida

Aquela que quero abraçar,
Ao lado de espinhos e pétalas aromatizadas
De amor puro, de crianças que me rodeiam

Sem a selva que ataca
A luz mesmo escura e estrelada negra
Que quero abraçar com a vida
Que é minha

Entre a noite e o dia
Com luz e sem ela, por vezes,
Criaste descendência
Criaste aprumos de vida


Saint Jacques
27 de Agosto de 2008

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